Consumidores flexitarianos estão mudando a forma como formulamos alimentos sustentáveis

O que é flexitarianismo?

Sustentar nosso planeta para o futuro alimenta novas tendências e motivações, um novo estilo de vida está surgindo rapidamente para descrever como devemos considerar a alimentação no futuro. O conceito flexitariano e a forma de preparar as refeições pode afetar o desejo dos consumidores por uma alimentação mais saudável e sustentável? Vamos nos aprofundar para entender quais ingredientes alimentares são essenciais para a formulação de alimentos e bebidas à base de vegetais.

Atendendo às tendências de consumo para alimentos e ingredientes mais saudáveis e sustentáveis

As restrições alimentares não são a única razão pela qual os consumidores procuram por alternativas à produtos de origem animal.De acordo com a Mintel, há vários fatores que impulsionam o crescimento da alimentação baseada em vegetais nos últimos anos¹. Dentre eles o principal é a saúde e bem-estar, seguidos por preocupações ambientais, que juntos contribuem para o aumento do consumo de análogos cárneos nos últimos anos.

Para a frente. O crescente interesse pela alimentação baseada em vegetais está se expandindo globalmente, impulsionando a demanda por novos formatos de alimentos, proteínas vegetais e alternativas mais sofisticadas que correspondam às preocupações dos consumidores sobre saúde, variedade de dieta, sustentabilidade e sabor.

Melhor para mim, melhor para o planeta. A maneira como produzimos, transportamos e consumimos alimentos desempenha um papel significativo no enfrentamento da crise climática.As preocupações com a saúde, mudanças climáticas e a capacidade dos sistemas de produção para acompanhar uma população projetada para chegar a 8,5 bilhões em 2030 trazem a necessidade de proteínas alternativas.

A produção de alimentos contribui com 21% a 37% das emissões globais de gases de efeito estufa e é um fator considerável na degradação dos lençóis freáticos, no desmatamento e na perda de biodiversidade2. Além disso, a pecuária usa um terço das terras agrícolas do mundo, enquanto contribui com 15% das emissões globais de gases de efeito estufa.

Em sintonia com meu sistema imunológico. Como resultado da pandemia, os consumidores continuam priorizando a saúde imunológica, com ingredientes que aumentam a imunidade. O interesse e a pesquisa pelo microbiota para a saúde digestiva e a busca por nutrição personalizada também estão acelerados.

A Organização das Nações Unidas representa outro motivador importante para a iniciativa flexitariana, considerando as mudanças na dieta como um passo necessário para alcançar o objetivo de desenvolvimento sustentável nº 8: trabalho digno e crescimento econômico.

O que é um estilo de vida flexitariano?

Uma dieta semi-vegetariana, também chamada de dieta flexitariana, é aquela que se concentra em alimentos vegetais com a inclusão ocasional de carne.

Relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e da Comissão EAT-Lancet sobre Alimentos, Planeta e Saúde recomendam que aqueles que consomem grandes quantidades de carne considerem uma dieta flexitariana para apoiar um sistema alimentar mais sustentável. Esta dieta é amplamente composta por vegetais e frutas, substratos e óleos insaturados. Inclui carne, laticínios e açúcar de alta qualidade, mas em quantidades muito menores do que as consumidas atualmente nas sociedades mais ricas.

Como os consumidores estão fazendo a mudança? Muitos flexitarianos consideram praticar um estilo de vida vegetariano durante o dia e permitir-se pequenas porções de alimentos de origem animal à noite. Ficar sem carne às segundas-feiras, abraçar saborosos pratos internacionais, como a dieta mediterrânea, que tende a ser mais alimentada por plantas, ou tentar opções alternativas de proteína vegetal, como leite vegetal ou carne vegetal, são tendências crescentes na mudança para uma dieta semi-vegetariana.

Como os flexitarianos estão moldando o mercado?

Os alimentos à base de plantas estão crescendo rapidamente em todo o mundo, impulsionados principalmente pelo aumento dos flexitarianos. Uma em cada cinco pessoas se encaixa na definição de flexitarianos, com base em estudos que mostram que as pessoas que compram carne vegetal também compram carne normal. Curiosamente, quase metade dos compradores de carne alternativa não tem familiares que evitam carne convencional, enquanto apenas 30% têm um vegetariano ou vegano em suas casas³.

Vários mercados estão aumentando a demanda por substitutos da carne para encorajar os consumidores curiosos a experimentar alternativas de carnes sem ter que mudar drasticamente seus hábitos alimentares ou eliminar completamente o alimento de suas dietas. Embora o número de veganos e vegetarianos esteja aumentando, eles são insignificantes em comparação com o grande grupo de consumidores flexitarianos que agora representam 42% do mercado. Em comparação, veganos e vegetarianos representam, respectivamente, 4% e 6% dos consumidores em todo o mundo.

Além disso, em sua busca por alimentos e ingredientes que apoiem a saúde pessoal, os consumidores estão cada vez mais interessados na transparência da cadeia de suprimentos.

"A transparência em toda a cadeia de abastecimento dominará, com os consumidores procurando por marcas que possam construir confiança, fornecer produtos autênticos e transparentes e ganhar a credibilidade do consumidor no clima atual e pós COVID", disse Lu Ann Williams, diretora de insights e inovação no Innova Market Insights, em um comunicado à imprensa que descreve as 10 principais tendências em alimentos e bebidas para acelerar a inovação em 2021.

Crescimento e valor do mercado de alimentos à base de plantas

As receitas de produtos plant based estão cada vez mais aparecendo nas cozinhas de todo o país e impulsionando nossa economia alimentar. O mercado de alimentos à base de plantas deve crescer a um CAGR de 11,9% de 2020 a 2027 para atingir US $ 74,2 bilhões em 2027⁴.

O mercado de alimentos à base de plantas dos EUA teve um aumento nas vendas de 27% no ano de 2020, representando cerca de US$ 7 bilhões. Comparado com 2019, a taxa de crescimento mais que dobrou, de acordo com a Plant Based Foods Association (PBFA) e The Good Food Institute (GFI). Dentre as maiores categorias de plant based, a carne à base de vegetais teve o maior crescimento, uma alta de 45% em relação a 2019. PBFA e GFI observaram que o aumento das vendas de carnes análogas dobrou comparado com as vendas da carne convencional e agora representa 2,7% de todas as vendas de carne embalada no varejo.

A abundância de produtos alternativos à carne, como os oferecidos pelas principais marcas no mercado de alimentos, está estimulando a mudança para estilos de vida flexitariano. Com esses produtos muito semelhantes à carne em aparência e textura, o sucesso que esses produtos alternativos estão tendo não é surpresa. Visando os flexitarianos além dos veganos ou vegetarianos, o alcance do mercado é dobrado.

Duas categorias de alimentos e bebidas agora respondem por mais de US$ 1 bilhão em vendas:

1- Carne análoga

A presença de análogos cárneos nos lares americamos foi de 18% em 2020 enquanto esse número era de 14% em 2019. Desse crescimento, 63% já eram consumidores frequentes deste tipo de produto. Outro fator catalizador do aumento das vendas foi o posicionamento das carnes vegetais refrigeradas próximas as carnes de fonte animais, elevando em 75% as vendas segundo PBFA e GFI. Além disso, as vendas de carne vegetal refrigerada cresceram duas vezes mais rápido do que as vendas de carne vegetal congelada, que aumentaram 30% em 2020, 10 vezes mais rápido do que em 2019.

2- Leite vegetal

Leite vegetal, a maior categoria de alimentos à base de plantas, registrou um ganho de vendas de 20% em 2020, contra 5% em 2019, e dobrou a taxa de crescimento em relação ao leite de vaca, relataram PBFA e GFI. 39% das famílias Norte Americanas compram leite vegetal.

O leite de amêndoas representa cerca de dois terços das vendas em dólares do leite vegetal, seguido pelo leite de aveia, que triplicou suas vendas em 2020 e aumentou 25 vezes desde 2018. Em termos de participação total entre as categorias de laticínios, incluindo ofertas convencionais, o leite vegetal agora representa 15% do segmento de leite, a manteiga de base vegetal 7% do segmento de manteiga e o creme à base de vegetais, 6% do segmento de cremes. Em lojas de alimentos naturais, o leite de origem vegetal detém 45% das vendas.

Inovando para um mundo baseado em plantas

No geral, as proteínas vegetais são melhores para nós e melhores para o planeta. Muitas são mais ricas em fibras, vitaminas e minerais que ajudam na nossa saúde e bem-estar. Também sabemos que muitas proteínas vegetais usam menos água e produzem muito menos emissões de carbono do que as proteínas animais. Inovar no segmento vegetal é a chave para um sistema alimentar mais sustentável, nutritivo e eficiente e agora é essencial para se manter competitivo no mercado.

Com um terço dos consumidores optando por reduzir ativamente o consumo de carne, o mercado baseado em vegetais não é mais um nicho; os consumidores estão famintos por alternativas à produtos de origem animal. As marcas devem agora assumir que todos são compradores potenciais de produtos a base de plantas e desenvolver substitutos para permanecerem relevantes neste espaço.

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